Poesia
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4 poemas na diVersos n.º 38
Com diversos outros motivos de interesse, o n.º 38 da série DiVersos – Poesia e Tradução destaca em capa uma antologia de 40 páginas do poeta brasileiro Dante Milano (1899-1991), pouco conhecido em Portugal (e também no Brasil!), um dos maiores poetas brasileiros do século XX. Dele disse o poeta Carlos Drummond de Andrade, esse bem conhecido em ambos os lados do Atlântico: ««A popularidade nada tem a ver com a poesia. A popularidade pode acontecer. Mas um grande poeta pode também passar despercebido. Temos um poeta de quase noventa anos que mora em Petrópolis e ninguém o conhece. Ele é da geração modernista, um grandíssimo poeta. Chama-se Dante Milano.…
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Al Berto – Four poems in translation
Al Berto was the pseudonym used by the Portuguese poet, painter, editor and cultural programmer Alberto Raposo Pidwell Tavares (January 11, 1948 – June 13, 1997). You were still young Al Berto translated by paulo da costa (Published in Matrix 60, 2000) i search for you amidst the written papers tossed to the bottom of the glass armoire you were eating grapes in the middle of the page next it was as if it were night there were exchanged glances bodies meanderings thorough the beach it was night and someone approached i run my fingers on the fresh wine stains on the table the notebook where once in a while…
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José Tolentino Mendonça – three poems in translation
José Tolentino Mendonça (n. 1965) is one of the most original voices of Portuguese contemporary literature. He is also an Archivist and Librarian at the Vatican Library. Freesias José Tolentino Mendonça translated by paulo da costa ( Published in Matrix n. 60 – 2001 ) Freesias are flowers smelling of tea and she, at thirty seven, prefers them to the flowers sold everywhere she conceded the beauty yet not the splendour because repetitions are sad suddenly become ways of knowing and she, at thirty-seven, simply held dear the secrets which though revealed remain secrets (in certain seasons, through some forgotten door she escaped, sleep-walking, into the courtyard leading to the woods…
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Poema na Bienal Internacional de Poesia de Oeiras
No âmbito da Bienal Internacional de Poesia de Oeiras a decorrer de 16 a 21 de Novembro 2021 aqui está a declamação de um dos meus poemas. https://youtu.be/bYchvlt0LkM https://www.youtube.com/watch?v=bYchvlt0LkM
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DiVersos nº23 – «Poesia e Natureza» com paulo da costa, Reiner Kunze e Ricardo Lima
DiVersos nº23 – Destaque para o novo Dossier «Poesia e Natureza» com paulo da costa, Reiner Kunze e Ricardo Lima Caso ainda não conheça a revista de poesia DiVersos aproveite esta oportunidade para a se encantar com este projecto que vai comemorar este ano o seu vigésimo aniversário de publicação e tradução. Um feito notável de compromisso e longevidade pela mão do sempre afável José Carlos Marques e da sua equipa. SUMÁRIO DIVERSOS – POESIA E TRADUÇÃO 23 Uma inovação na estrutura da DiVersos, a «etiqueta» POESIA E NATUREZA. Neste número, os poemas de paulo da costa, Reiner Kunze e Ricardo Lima surgem com a etiqueta «Poesia e Natureza». Tal…
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ser português
ser português é nascer com o fado ao pescoço viver de olhos ancorados ao alto mar, ansiar pela maré de partir ou pela onda do regresso viver enlatado entre mar e espanha exportar sardinhas ir à missa e esquecer o sermão é confessar-se a amigos de garrafa na mão é não fazer ondas bastam as que revoluteiam no mar rezar pela paz admirar fátima e batalha na mesma santa visita ser português é amar o carro mais que a si próprio é bastante mais em conta ser português é partir para o estrangeiro josé e regressar joe ser pequeno…
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calcanhar de aquiles
(animus) onde a mãe te segurou sob a água em movimento a flecha penetra convida-te a ajoelhar a sangrar desse lugar mortal que a sua mão não soltou (…) excerto ©paulodacosta de: notas de rodapé, LPD 2012 Livro ou ebook vendido pelas Livrarias da Amazon nos EUA GB Espanha Alemanha
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o rodopio da wiebke
o rodopio da wiebke à W.L. paragem de autocarro, filas austeras, a tua dança principia, o sol transborda dos vidros do colete, ancorados à bainha, os búzios chocalham o cimento não vacila sob pés descalços a criança destemida aproxima-se, admira os anéis, a saia de corvo a esvoaçar o resplendor de folhos dourados no autocarro, o teu cabelo arco-íris projecta cores, trauteias acostumada ao espaço imediato, já nem te apercebes das bocas entreabertas sob as nuvens apodrecidas de hamburgo, ao lado de mercedes-benzes em acelarações, conversas com carecidos, prostitutas tal oráculo enviado dos céus, convidas dependência, loucura, demónios a cantar no aromático…
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tão longe, tão perto
tão longe, tão perto à B.Q. e à A.D. o peso da tua cabeça exerce pressão no meu peito, a respiração é forçada após uma estrofe sobre “amantes que partiram um amor de porcelana rechonchudo como a baleia,” e, apesar da tua mão descansar na minha coxa moves-te como se acordasses de um sonho onde poderias ter estado com outro qualquer. todavia encorajas-me a prosseguir, há meses que peço bocas emprestadas, as minhas palavras secaram no poço dos anseios. imagino que uma palavra tece os teus sonhos, caudal que nunca secará – “não pares, adoro o sussurrar da tua voz” – a facilidade com que pronuncias o amor…
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sem raízes
sem raízes I. plantas do pé sem raízes solidamente assentes entre árvores de unha-de-cavalo o peso do corpo cunha a sua própria cama aí a chuva se congregará II. quente e macia a terra é a pele amante que recorda o meu peso após a partida (…) excerto ©paulodacosta de: notas de rodapé, LPD 2012 Livro ou ebook vendido pelas Livrarias da Amazon nos EUA GB Espanha Alemanha